Carteira Custodial, Carteira de Custódia (Custodial Wallet)

"Uma carteira custodial é um tipo de carteira digital em que as chaves privadas são mantidas por um provedor de serviços centralizado, como uma exchange de criptomoedas. Isso significa que o usuário não tem controle total sobre a carteira, mas também não precisa se preocupar com a gestão das chaves privadas. Embora ofereça conveniência, a custódia centralizada pode apresentar riscos de segurança, vulnerabilidade a ataques e exposição a questões regulatórias."

Uma Carteira Custodial é um tipo de carteira digital em que as chaves privadas são mantidas por um provedor de serviços centralizado, como uma exchange de criptomoedas. Nesta configuração, o cliente, apesar de ter acesso à carteira e poder gastar os fundos, não tem controle total sobre ela. O provedor de serviços, por outro lado, detém a autoridade para impedir o usuário de mover ou gastar os ativos, caso julgue necessário.

Estas carteiras são oferecidas por empresas, como as exchanges de criptomoedas, que mantêm a custódia das chaves privadas em nome dos usuários. Uma das principais vantagens das carteiras custodiais é que o usuário não precisa se preocupar com a gestão das chaves privadas. Em outras palavras, a responsabilidade de proteger a chave privada é transferida para a instituição que fornece o serviço de custódia.

Para realizar uma transação a partir de uma carteira de custódia, o usuário simplesmente faz o login na plataforma com seu nome de usuário e senha, insere a chave pública do destinatário, e a empresa é responsável por utilizar a chave privada para completar a transação. Isso simplifica o processo para o usuário, mas também acrescenta uma camada de risco.

Exchanges que oferecem carteiras custodiais, como Mt. Gox, QuadrigaCX, BTC-e e Bitstamp, já foram hackeadas no passado, demonstrando que essa solução de custódia pode ser suscetível a brechas de segurança. Além disso, situações geopolíticas podem afetar a operação de carteiras custodiais. Por exemplo, em situações de conflito, como o recente desenvolvimento na Ucrânia, certos governos impediram carteiras de custódia de completar transações para cidadãos em determinadas áreas.

Além dessas considerações, as carteiras de custódia também podem ser afetadas por questões regulatórias. Dada a sua natureza centralizada, estão sujeitas à legislação e regulamentações financeiras de suas respectivas jurisdições. Portanto, podem ser obrigadas a cumprir com determinadas normas, como as regras de KYC (Conheça o Seu Cliente) e de AML (Antilavagem de Dinheiro), que podem exigir dos usuários a apresentação de informações pessoais detalhadas. Além disso, em algumas situações, as autoridades podem ordenar o congelamento de ativos em carteiras custodiais, como ocorreu recentemente no Canadá, quando o governo tentou congelar os ativos de um grupo de apoiadores do protesto dos caminhoneiros.

Embora as carteiras de custódia ofereçam algumas conveniências como a recuperação facilitada em caso de perda de acesso (uma vez que a empresa mantém controle sobre as chaves privadas), esses benefícios devem ser pesados contra a perda de controle total sobre os ativos e a exposição a riscos de segurança adicionais. Além disso, o uso de carteiras custodiais requer confiança na capacidade do provedor do serviço em proteger as chaves privadas contra ataques cibernéticos e em honrar as solicitações de transações.

Por fim, deve-se notar que o uso de carteiras custodiais contrasta com a filosofia descentralizada que está no cerne das criptomoedas. O princípio fundamental das criptomoedas é a soberania financeira, o que implica controle total sobre seus próprios ativos, sem a necessidade de um intermediário. Entretanto, as carteiras de custódia, devido ao seu modelo de gestão centralizada, se distanciam desse princípio.

Dito isso, a escolha entre uma carteira custodial e uma carteira não custodial depende do perfil e das necessidades individuais de cada usuário. Alguns podem preferir a conveniência e a facilidade de uso de uma carteira de custódia, enquanto outros podem valorizar mais a segurança e o controle total que uma carteira não custodial pode oferecer.

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