Mt. Gox

"O Mt.Gox foi uma das primeiras exchanges de Bitcoin do mundo, operando a partir de 2010 e atingindo um pico de 70% do volume de negociações global de Bitcoin em 2014. No entanto, em 2014, a plataforma parou suas operações devido a um ataque hacker que resultou no roubo de cerca de 650.000 BTC dos usuários, marcando um dos maiores hacks de criptomoedas da história. Desde 2018, a exchange passa por um processo de reabilitação civil para compensar os clientes afetados, embora os perpetradores do ataque ainda não tenham sido identificados."

O Mt.Gox, que iniciou suas operações em 2010, foi uma das primeiras exchanges de Bitcoin do mundo. Em 2014, a plataforma era responsável por 70% do volume total de negociações da primeira criptomoeda. Porém, ainda no mesmo ano, a Mt.Gox cessou suas operações devido a um "buraco" encontrado nos saldos dos usuários, fruto de um ataque hacker. Entre 2011 e 2013, os hackers conseguiram retirar 650.000 BTC da exchange sem serem detectados, o que representou o maior roubo de criptomoedas da história.

Desde 2018, o Mt.Gox vem passando por um processo de reabilitação civil, que inclui o pagamento das criptomoedas restantes nas contas da exchange aos clientes afetados. Aproximadamente 25.000 usuários solicitaram compensação. Contudo, os organizadores e perpetradores do ataque ao Mt.Gox ainda não foram identificados.

A história do Mt.Gox não começou com as criptomoedas. Em 2007, Jed McCaleb, futuro cofundador dos projetos cripto Ripple e Stellar, registrou o site mtgox.com. Ele lançou uma plataforma chamada "Magic: The Gathering Online EXchange" para troca de cartas de um popular jogo de fantasia, Magic. Após aprender sobre criptomoedas no verão de 2010, McCaleb decidiu transformar o Mt.Gox em uma exchange de Bitcoin. Um ano depois, vendeu para o desenvolvedor francês Mark Karpeles, que vivia no Japão, alegando falta de tempo para o desenvolvimento do projeto.

Enquanto isso, o Mt.Gox ganhou popularidade rapidamente. Em 2011, a base de usuários da plataforma já contava com dezenas de milhares de clientes. E, em 2014, o volume de negociação de Bitcoin no site representava cerca de 70% do total global.

Os problemas de segurança do Mt.Gox começaram antes da venda da plataforma. Posteriormente, foi revelado que, em março de 2011, Karpeles informou a McCaleb sobre a perda de aproximadamente 80.000 BTC em fundos de usuários. Apesar disso, o problema foi ignorado.

Em fevereiro de 2014, a Mt.Gox parou abruptamente as retiradas de Bitcoin. Segundo o comunicado da plataforma, os hackers usaram uma vulnerabilidade de um bug no código do Bitcoin para gastar duas vezes as moedas (mais conhecido como gasto duplo), o que foi aplicado ao endereço blockchain da exchange.

No final do mesmo mês, o preço do Bitcoin no Mt.Gox era apenas 20% da média do mercado, indicando a falta de confiança dos investidores de que o projeto conseguiria resolver os problemas que haviam surgido. Em 24 de fevereiro, todas as operações de negociação na plataforma foram interrompidas, e o site da plataforma ficou offline algumas horas depois.

A equipe da exchange descobriu o roubo de cerca de 750.000 BTC de usuários, que passou despercebido por vários anos. Como resultado, a plataforma se revelou insolvente. Em 28 de fevereiro, a Mt.Gox anunciou a falência e o fechamento.

Os detalhes do hacking da Mt.Gox revelaram uma série de erros de segurança e de gestão. Segundo as conclusões da pesquisa da WizSec, o segundo e maior ataque começou em 2011. Os hackers conseguiram roubar a chave privada da carteira de Bitcoin da exchange Mt.Gox. Com essa chave, os hackers ganharam controle sobre o fluxo de criptomoedas dos usuários para a exchange e esvaziaram regularmente as contas da exchange por mais de um ano.

A ligação do hack do Mt.Gox com a prisão de Alexander Vinnik, administrador da maior exchange de criptomoedas russa BTC-e, se deu porque muitos dos usuários afetados eram dos Estados Unidos, o que levou as autoridades do país a iniciar uma investigação. Vinnik foi acusado de lavar os fundos roubados do Mt.Gox. Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, uma organização criminosa liderada por Vinnik conseguiu lavar quase 307.000 BTC dos 850.000 BTC roubados do Mt.Gox através da BTC-e.

Desde maio de 2016, a exchange de criptomoedas canadense Kraken, que ajudou na investigação do hack do Mt.Gox, concluiu o processo de coleta e análise das reivindicações dos credores. Segundo a Kraken, 24.750 usuários solicitaram pagamentos. Quanto ao ex-chefe da Mt.Gox, Mark Karpeles, ele foi preso pela polícia japonesa em 1º de agosto de 2015. Ele foi acusado de fraude, apropriação indébita de fundos e manipulação do sistema de computador da exchange para aumentar artificialmente o saldo das contas. No entanto, em março de 2019, ele foi considerado culpado de falsificação de documentos e condenado a dois anos e seis meses de prisão, posteriormente substituídos por quatro anos de liberdade condicional.

Ainda não há dados exatos sobre os pagamentos em Bitcoin aos credores, porém, após um tempo, começaram a surgir empresas especializadas, oferecendo comprar as reivindicações dos credores na exchange. Por exemplo, no final de 2019, o grupo de investimentos Fortress escreveu para os credores da falida exchange Mt.Gox, oferecendo a compra de suas reivindicações por 5.000 dólares por Bitcoin.

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